terça-feira, 21 de junho de 2011

Cartas para Julieta

existem várias propostas dentro do filme Cartas para Julieta. Além de mostrar o romantismo criado pela cidade de Verona, a sua intenção é falar sobre o amor verdadeiro. E como seria este sentimento? Antes mesmo que a história tenha início, os roteiristas Jose Rivera e Tim Sullivan nos apresenta a Sophie (Seyfried), uma mulher que tem o sonho de se tornar jornalista e escrever para a revista The New Yorker. Ela está noiva de Victor (Bernal), um chef que está prestes a abrir o seu restaurante na cidade de Nova York. Juntos eles partem para Verona. Ela pensa que será uma lua-de-mel antecipada. Para ele, é o momento propício de aprender novas receitas e fechar com alguns investidores. Não, ambos não são o “casal” do filme. Muito pelo contrário, o tal do “amor verdadeiro” passa longe deles.

Feito isso, Cartas para Julieta parte para a sua narrativa principal. Na cidade de Verona, as pessoas deixam cartas para Julieta, aquela mesma do romance “Romeu e Julieta”, que são respondidas por mulheres que se auto-intitulam “secretárias”. Mulheres fazem perguntas e pedem conselhos sobre o que elas deverão fazer para alcançar o amor verdadeiro, ou para reconquistar alguém, ou para ter coragem de dizer para a outra pessoa como se sente. Enfim, são muitas cartas e as secretárias respondem cada uma delas. Entendiada com os passeios propostos pelo noivo, Sophie passa a conhecer Verona e se interessa, a partir do seu gosto pela escrita, por estas cartas e, principalmente, o porquê das pessoas confiarem tanto neste movimento. É então que ela conhece Claire (Redgrave), londrina e que tinha escrito uma carta há 50 anos quando precisou tomar uma decisão importante em relação ao seu amor pelo italiano Lorenzo, chega a Verona acompanhada do seu neto Charlie (Egan).

E, assim, o filme começa uma estúpida aventura para encontrar aquele Lorenzo (já que Claire recebe a carta escrita por Sophie e viaja da Inglaterra para a Itália, com a esperança de achar o seu amor). E por que digo “estúpida”? A narrativa apresentada pelos roteiristas não demonstra consistência. Acima de tudo, o filme não se trata das cartas que são enviadas para Julieta (o erro já começa por aqui). Se fosse assim, teríamos múltiplas visões de pessoas que acreditaram neste destino e de respostas que deram certo, ou algo do tipo. Na realidade, a história de Claire é o único fio condutor para fazer com o que espectador consiga “mergulhar” nesta história, que, se torna repetitiva quando Claire, Sophie e Charlie passam a visitar diversos “Lorenzos” por Verona e redondenzas. Ainda que o roteiro tenha tentado descontrair com tiradas de humor e situações engraçadas, não deixa de ser entediante acompanhar isso.

Tomada por este espírito de “amor verdadeiro”, Sophie passa a se encantar pelo neto de Claire. Com isso, Gael García Bernal faz um bom trabalho ao interpretar Victor, já que ele consegue fazer com que o espectador entenda exatamente o que Sophie sente no momento da separação dos dois. O mesmo não dá para falar de Amanda Seyfried, que tenta fazer uma boa atuação mas acaba esbarrando nas próprias limitações do roteiro que enxergam Sophie como uma mulher extremamente frágil e incapaz de tomar decisões. Já Vanessa Redgrave, não há o que discutir. Ela continua impecável, em qualquer papel que ela faça. Ela incorpora tão bem Claire, que nos faz mesmo acreditar no quanto aquele sentimento foi, e continua sendo, importante para ela. Simpática, carismática e com um vigor que põe inveja em muita atriz por aí, Hedgrave é o maior trunfo deste meloso romance.

Cartas para Julieta, aliás, tem alguns momentos com alguns erros de sequência. Logo no início do filme, quando Sophie deixa o prédio da New Yorker, perceba que ela está com a blusa do lado de fora da calça e andando pelas ruas de Nova York. No momento seguinte, ela já aparece completamente arrumada, com a blusa por dentro da calça no local onde será o restaurante do seu noivo. A direção de Gary Winick peca em uma situação, por exemplo, quando Sophie e Charlie estão andando por Verona. Mesmo o diretor posicionando-os no lado direito da tela, por motivos de enquadramento a partir da concepção do nosso cérebro de conseguir enxergar tudo que está à nossa direita, ele acaba, ainda assim, ofuscando-os por uma multidão que caminha em volta. O diálogo se torna solto e a cena não possuindo representatividade alguma dentro da história.

Fonte(s):http://www.sobaminhalente.com/cartas-a-julieta/






                                                                                         Haron Willians
                                                                                                   21/06/11
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário